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, 26 de novembro de 2024.
11/02/2014
Neurociências
Reflexos tendinosos

Reflexos tendinosos ou profundos

H. S. Ivamoto

(Página em construção)

 

Os reflexos tendinosos, também chamados reflexos profundos, músculo-tendinosos, miotáticos, miotáticos fásicos, e reflexos proprioceptivos, são provocados pelo súbito estiramento de um músculo, através da percussão com um martelo de percussão de borracha, de seu tendão ou de uma parte do membro onde este se insere.

         Os dois segmentos da articulação, proximal e distal, devem ficar em ângulo reto. Os músculos devem ficar relaxados ou em leve estado de contração (reforço). Como é importante a comparação das respostas obtidas no lado direito com as obtidas no lado esquerdo, os membros devem ficar em posição simétricas e, se o paciente contrair a musculatura levemente, o grau de contração deve ser simétrico.  

         A intensidade das respostas podem ser: ausentes (0), obtidas somente mediante reforço (1/2 +), hipoativas (+), “normais” (2+), hiperativas (3+),  com clono não sustentado (3 ½+), e clono sustentado (4+). Respostas ausentes ou clono não sustentado simétricos podem ser observadas em pessoas normais. O clono sustentado é patológico.

         Para cada reflexo, examinar inicialmente o lado assintomático para conhecer a resposta normal do paciente. Em seguida, examinar o lado enfraquecido e comparar as respostas obtidas nesse lado com as respostas correspondentes do lado normal. Em lesões dos neurônios motores inferiores, a musculatura enfraquecida apresenta respostas menos intensas que as correspondentes do lado normal. Em lesões dos neurônios motores superiores, a musculatura enfraquecida apresenta respostas mais intensas que as correspondentes do lado normal.

         Quando não se obtém resposta ao repouso, pede-se ao paciente para tracionar as mãos em sentidos opostos com os dedos enganchados (manobra de reforço de Jendrassik), o que incrementa as respostas nos membros inferiores. Outras manobras de reforço consistem em cerrar os dentes com força, empurrar uma mão contra a outra, empurrar um joelho contra o outro.

         A manobra de reforço de Wartenberg consiste em o paciente exercer uma leve contração do músculo testado contra resistência. Assim, na pesquisa do reflexo patelar, contrai o quadríceps com pouca força, empurrando a perna contra os dedos do examinador colocados na frente da mesma. Na pesquisa do reflexo aquiliano, exerce uma leve pressão com a planta da ponta do pé contra os dedos do examinador.

         Para não causar dor com a pancada num osso, como a apófise estiloide do rádio ao testar os reflexos braquio-radial ou pronador, o examinador pode bater com o martelo em seu próprio dedo (ou borracha), que protege o local do impacto e transmite o estímulo de estiramento ao músculo. Ao testar o reflexo patelar, tomar cuidado para não percutir a rótula ou a tíbia, podendo bater num dedo ou borracha colocado sobre o tendão do quadríceps.

 

 

PRINCIPAIS REFLEXOS PROFUNDOS

 

Reflexo bicipital (C5 e C6).  Nervo músculo-cutâneo. O antebraço do paciente é colocado em semi-flexão (90º) e discreta pronação. O examinador coloca um dedo sobre o tendão e percute-o. A resposta consiste em flexão e supinação do antebraço. 

 

Reflexo braquiorradial ou estiloradial (C5-C6). Nervo radial. Com o antebraço em semiflexão (90º) e semipronação, percute-se a apófise estilóide do rádio. A resposta é flexão do antebraço. Ao testar o reflexo braquio-radial, frequentemente o estímulo propaga-se e estimula o músculo flexor dos dedos, que pode contrair.

 

Reflexo flexor profundo dos dedos (C8, T1). Nervos mediano e ulnar. O examinador coloca um dedo transversalmente na superfície palmar das falanges distais dos dedos semi-fletidos do paciente e o percute. Obtém-se a flexão dos dedos. O reflexo pode ser testado em cada dedo isoladamente.

 

Reflexo pronador (C6, C7, C8, T1). Com o antebraço em semi-flexão e em semi-pronação, percute um dedo do examinador colocado sobre a face ventral da apófise estiloide do rádio. A resposta é pronação do antebraço.

 

Reflexo tricipital (C6, C7, C8). Nervo radial. Segurando o braço relaxado do paciente na horizontal e mantendo o antebraço pendente e na vertical, percute-se o tendão do tríceps. A resposta é extensão do antebraço.

 

Reflexo peitoral (C5, C6, C7, C8, T1). Nervo torácico anterior medial e lateral. O examinador percute seu dedo colocado sobre o tendão do músculo peitoral maior, na parte anterior da axila. A resposta é adução e discreta rotação interna do braço.

 

Reflexo patelar (L3, L4). Nervo femoral. Paciente sentado com a perna pendente. Percute-se o tendão do quadríceps, entre a rótula e a  tuberosidade da tíbia. A resposta é extensão da perna.

 

Reflexo aquileano (S1, S2). Nervo tibial, ramo do nervo ciático. O examinador coloca uma mão na planta do pé do paciente e o põe em ângulo reto em relação à perna e percute o tendão do músculo tríceps sural (gastrocnêmio e sóleo). A respostas é a flexão plantar do pé.

 

Reflexo do bíceps femoral ou cordão externo (Principalmente S1, mas também L5 e S2). Nervo ciático, em suas porções fibular e tibial.  Com a perna do paciente em semi-flexão (90º), o examinador coloca um dedo sobre o tendão do bíceps femoral na parte póstero-lateral do joelho e o percute, obtendo como resposta a flexão e rotação externa da perna.

 

Reflexo do semi-tendinoso e semi-membranoso ou cordões internos (Principalmente L5, mas também L4, S1 e S2). Porção tibial do nervo ciático. Com a perna do paciente em semi-flexão (90º), o examinador coloca um dedo sobre os tendões dos músculos semi-tendinoso e semi-membranoso e o percute, obtendo como resposta a flexão e rotação interna da perna.

 

Reflexo do músculo tibial posterior (Principalmente raiz L5, mas também S1). Nervo tibial. O paciente faz a manobra de Jendrassik quando o tendão do músculo é percutido logo atrás do maléolo medial da tíbia. Mesmo com a manobra de Jendrassik, a resposta a esse reflexo é de difícil percepção na maioria das pessoas.

 

Reflexo mentoniano (V nervo): Com a boca do paciente entreaberta, o examinador coloca um dedo sobre o mento e o percute, obtendo a contração dos músculos da mastigação. As vias aferente e eferente são constituídas pelo nervo trigêmeo. Também chamado reflexo massetérico ou mandibular.

 

 

 

 



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