Cláudio Luiz da Costa, o restaurador da Misericórdia de Santos
H. S. Ivamoto, editor Acta Medica Misericordiæ
Claudio Luiz da Costa, filho de João Inácio da Costa e de Maria Joaquina Bitencourt, nasceu em Desterro, hoje Florianópolis, em 26 de setembro de 1798. Diplomou-se na Escola Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro em 17 de abril de 1817. Passou a clinicar na vila de São Francisco, Bahia. Entusiasmado com as lutas pela independência do Brasil, participou das campanhas como cirurgião, doando seu soldo para os necessitados na Bahia. Mudou-se para Salvador, trabalhou na Imperial Guarda da Polícia da Corte e auxiliou num projeto de reforma do corpo de saúde do Exército.
Em seguida, mudou-se para Santos e prestou serviços na Santa Casa. Reservava duas horas para atendimento aos pobres. Em 4 de setembro de 1836, provedor, inaugurou o terceiro prédio próprio da Irmandade no morro de São Jerônimo, hoje monte Serrat. A construção do prédio fora iniciada em 2 de julho de 1835 pelo capitão Antônio Martins dos Santos.
Dedicou-se também à restauração administrativa do Hospital, resgatando-o de um abismo financeiro que impedia seus médicos de cuidar dos seus pacientes. Terminada sua missão em Santos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em dezembro de 1849 obteve o diploma de doutor pela Academia Médico-Cirúrgica. Em 1856 foi nomeado diretor do Instituto dos Meninos Cegos, onde conheceu Benjamin Constant, professor de matemática, seu futuro genro e sucessor na direção do educandário. Faleceu no Rio de Janeiro com 70 anos, aos 27 de maio de 1869.
Em 1946, homenageando o trabalho do Dr. Claudio Luiz da Costa pela restauração da Misericórdia, o prefeito Edgardo Boaventura dedicou-lhe o nome da avenida onde se situa o atual prédio do hospital.