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As Santas Casas da Misericórdia

Bela, lendária e eterna Lisboa de Ulysses,

Ao fim das terras do Velho Mundo plantada

Para a descoberta dos caminhos dos mares,

A brisa formada nos campos e vales ibéricos,

Soprava suas naus que deixavam o Tejo

Rumo ao vasto, incógnito e temido oceano.

Capela de Nossa Senhora da Piedade,

Quinze dias de agosto de 1498,

Dona Leonor de Lencastre institui

A primeira Irmandade da Misericórdia,

Modelo para milhares de Santas Casas,

Das Misericórdias da epopéia lusíada.

Santa Casa de Santos com Braz Cubas,

De Salvador com Tomé de Souza,

Do Espírito Santo e Rio com Anchieta,

De Olinda com João Pais Barreto,

De São Paulo e muitas outras,

Pioneiras instituições filantrópicas

E de ensino médico luso no país.

Veneráveis Casas de Padre Vieira,

Frei Gaspar, irmãos Andrada,

Clemente Pereira, José do Patrocínio,

Martins Fontes, Arnaldo de Carvalho,

Augusto Paulino, Cerqueira Falcão

E outros Imortais das Misericórdias,

Heróis da História Nacional.

Cuidando de navegantes, colonos e nativos,

Bandeirantes, senhores e escravos,

Monarquistas e republicanos,

Patrões, operários e desempregados,

Compromissadas com os desafortunados.

Santas Casas da Misericórdia,

Meio milênio de História, Humanismo,

Ciência, Arte e Solidariedade,

Dádivas divinas aos necessitados,

Obras maiores da Humanidade.

Henrique Seiji Ivamoto

Acta Medica Misericordiæ 2001; 4:29-31

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